segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Quem foste

Talvez ainda não nos tenhamos cruzado sequer. Mas C será um dia a Cê-Mulher-da-Vida-de-Mustapha. E mais do que agradecimento por isso, sentirá orgulho por o ser. Ser a tal, ser a única, ser ela, ser Cê-Mulher-da-Vida-de-Mustapha.

Mustapha tem ainda os sonhos, os inconscientes, assombrados por L. Não por vontade própria, crê que por trauma, por cicatriz de ferida profunda. Mas é Cê-Mulher-da-Vida-de-Mustapha que ele espera. E há-de encontrá-la sem procurar.

Cê-Ilusão-Não-permissão-Destruição ocupa hoje apenas um lugar no espaço de vagas recordações. Mas não no lado mais negro do coração. Mustapha acha, sempre, que as duas faces da mesma moeda são obrigatoriamente diferentes. Além disso a distância e o tempo tudo curam. Ou atenuam…

Desolação sem motivo. Não há nada para ver por trás deste espelho. Nele as coisas são o que são. Um C é apenas, e mesmo, um C. Mas será que as coisas são mesmo aquilo que parecem? Afinal, num espelho, não conseguimos ver tudo aquilo que há para ver.

Talvez ainda não nos tenhamos cruzado sequer…

2 comentários:

Anónimo disse...

Espero cruzar-me contigo e quando isso acontecer...tenho a certeza que vou saber reconhecer-te.

Anónimo disse...

Um dia, quando menos esperar Cê-Mulher-da-Vida-de-Mustapha, o encontro irá tomar lugar. E esse momento será monumental. Inesquecível.

Cê-Mulher-da-Vida-de-Mustapha saberá reconhecê-lo, pois que o espera sem nada esperar.

E Mustapha? Confundido entre espelhos, faces côncavas e convexas, egos e cicatrizes, sonhos e recordações vagas, culpas, retrocessos, espaços e lugares onde moram outras ilusões...não a saberá reconhecer.

Não terá como pois que a procura, fingindo esperar. Iludir-se-á, uma e outra vez. Não terá nunca a coragem de fechar uma porta. Procura incessantemente um ideal e quando o encontra, testa-o, prova-o, e pensa que o destrói, como se estivesse nele a capacidade úlitma de destruír os sonhos. Seus e dos outros. Quanta soberba!

Cê Ilusão terá pena de Cê-Mulher-da-Vida-de-Mustapha. Pois apesar de existir, será invisível para ele.

"Talvez ainda não nos tenhamos cruzados sequer..."