Bonito gesto que a direcção do Benfica teve, em 2004, eternizando a memória de Miklos Féher na camisola 29 do clube. Faz hoje exactamente quatro anos que Féher caiu em campo em pleno jogo no estádio do Vitória de Guimarães, acabando por falecer. Este foi o momento mais trágico e triste a que assisti até hoje na vida desportiva do Benfica.
Lembro-me que nessa noite estava de regresso a casa e ouvia o relato no rádio do carro. O Benfica ganhava por 1-0, o golo tinha sido marcado pouco tempo antes. Depois ouvi com grande preocupação a descrição do que se estava a passar. Temi o pior. Senti uma aflição enorme por ter percebido de imediato, mesmo sem estar a ver, que aquela tinha sido uma queda fatal. Fui o mais rápido possível até casa para poder ver, e perceber, o que estava a acontecer.
As imagens confirmaram as minhas piores e não desejadas expectativas. A maneira como caiu desamparado, o desespero dos jogadores, os esforços dos médicos, a apreensão da equipa técnica, a incredulidade confusa de toda a gente nas bancadas, formava um cenário de tragédia impensável num jogo de futebol. Não me foi possível evitar as lágrimas, como se o Féher fosse alguém que era próximo.
Miklos Féher (1979-2004) O herói que tombou no campo, que era palco da sua profissão. A sua morte teve o condão de trazer uma visível e forte união entre os jogadores do Benfica, e penso mesmo que a todos os benfiquistas. Nesse ano a equipa, e Féher também, ganhou a Taça de Portugal.
Coincidência, amanhã o Benfica volta a Guimarães. Tal como nessa noite, Camacho é de novo o treinador. Por certo haverá a habitual homenagem ao camisola 29, e todos esperamos ver o Benfica vencer.
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