segunda-feira, 11 de maio de 2009

# 2 - Sou workaholic

Aliás, completamente workaholic!

Devo ter apanhado este "vírus" do avô M. Sempre tive muito orgulho nele, e na sua história de vida, é o que se pode de verdade chamar "a self made man". Veio para Lisboa, saído da aldeia, logo após completar o ensino primário. Como tinha uma família sem recursos, o irmão mais velho teve de sair da terra para ganhar sustento e ajudar a criar os outros irmãos. Retrato normal e muito comum noutros tempos.


Aos 19 anos continuava apenas com a chamada 4ª classe e num emprego por turnos que não satisfazia a sua ambição. Queria mais e melhor para a recente família que tinha acabado de constituir, e por isso, decidiu ir estudar. Estudava de dia e trabalhava sempre no turno do horário nocturno. Duro, muito duro imagino.


Terminado o curso de Engenharia Química conseguiu emprego como analista numa fábrica de refrigerantes, de uma marca bem conhecida e muito ligada à minha infância. Muitos anos de grande emprenho dedicados à empresa valeram-lhe que quando se reformou já era Director Geral da fábrica. Continuarei sempre a achar isto notável.


E eu? Fiz os três últimos anos do liceu à noite, por auto-castigo, enquanto de dia fui arranjando uns empregos que me ocupavam o tempo e davam a ganhar alguns trocados. Não me posso queixar, porque a vida sempre me foi mais ou menos fácil, e tirei o meu curso estando apenas a estudar, mas tudo o que tenho conseguido ao meu esforço o devo.


Por vezes, aliás muitas vezes, sei que me dedico mais ao trabalho do que devido. O retorno dessa dedicação nem sempre é recompensado da forma que, julgo, seria a mais justa. Mas faço-o, esforço-me, porque faz parte de mim, da minha maneira de ser e de encarar as obrigações profissionais. Além de que tenho brio...