Já ouvi algumas pessoas dizerem esta frase vezes sem conta. Geralmente se estão a referir a algo que aconteceu numa relação amorosa. Mas a nossa vida não roda inteiramente em volta de relacionamentos amorosos. Há coisas para perdoar, ou não, nas relações laborais, nas amizades e nas relações familiares. E destas últimas, algumas, marcam-nos mais do que as tão importantes dores amorosas. Qual é afinal o limite para perdoar? Quando é que sabemos se verdadeiramente perdoámos? Será que deve ser 70*7, como Jesus disse a Pedro?
Não me parece que existam muitas pessoas com esse poder ilimitado de perdoar. Será que vou perdoar o meu pai? Esta é a maior das minhas preocupações para este ano. Será que vou conseguir perdoar e passar ao lado dos cerca de 30 anos em que nem sequer me contactou ou pareceu ter interesse em saber de mim, se estava bem ou mal, como é que era a minha vida, como e quem eu era. Agora passado este tempo todo descobriu-me, ou sempre soube onde eu estava, e mostrou intenção de me vir conhecer. Pode até haver a desculpa da distância de não vivermos no mesmo país, mas foram perto de 30 anos. E isso pesa e muito. Sempre vivi com o sentir alguma tristeza por este facto. Podia, não digo ter tido uma vida diferente, mas se calhar viver com menos uma sombra, sem esta sombra. O facto é que as coisas são como são, e agora tenho de lidar com a apreensão do aproximar do dia em que chegará ao aeroporto. Se vou perdoar? Talvez. Quase de certeza que sim. Quero fazê-lo, de facto. Mesmo sem que ela me peça perdão por isso, não é necessário fazê-lo para que eu o perdoe. Perdoa-se por que se tem essa vontade, porque é uma decisão pessoal. E também não quer isto dizer que eu compreenda, ou aceite o que fez. Não me parece uma atitude justificada, e de certeza que não vou esquecer 30 anos de ausência na minha vida. Esquecer-me da ausência do meu pai na minha vida.
Tenho perfeita noção de que nunca iremos ter um relacionamento dito normal, de pai e filho, dado que além deste facto maior, existem outros que fazem com que assim seja. Acho que ele também o sabe, e nem deverá ter essa esperança. Tenho muita curiosidade em saber que motivos o levam agora a querer, finalmente, conhecer-me. Tenho apreensão e receios, mas sou um homem crescido e tenho de encarar vida como ela é. Real.
“Se um homem mau te ofende, perdoa-lhe, para que não haja dois homens maus.”
Não me parece que existam muitas pessoas com esse poder ilimitado de perdoar. Será que vou perdoar o meu pai? Esta é a maior das minhas preocupações para este ano. Será que vou conseguir perdoar e passar ao lado dos cerca de 30 anos em que nem sequer me contactou ou pareceu ter interesse em saber de mim, se estava bem ou mal, como é que era a minha vida, como e quem eu era. Agora passado este tempo todo descobriu-me, ou sempre soube onde eu estava, e mostrou intenção de me vir conhecer. Pode até haver a desculpa da distância de não vivermos no mesmo país, mas foram perto de 30 anos. E isso pesa e muito. Sempre vivi com o sentir alguma tristeza por este facto. Podia, não digo ter tido uma vida diferente, mas se calhar viver com menos uma sombra, sem esta sombra. O facto é que as coisas são como são, e agora tenho de lidar com a apreensão do aproximar do dia em que chegará ao aeroporto. Se vou perdoar? Talvez. Quase de certeza que sim. Quero fazê-lo, de facto. Mesmo sem que ela me peça perdão por isso, não é necessário fazê-lo para que eu o perdoe. Perdoa-se por que se tem essa vontade, porque é uma decisão pessoal. E também não quer isto dizer que eu compreenda, ou aceite o que fez. Não me parece uma atitude justificada, e de certeza que não vou esquecer 30 anos de ausência na minha vida. Esquecer-me da ausência do meu pai na minha vida.
Tenho perfeita noção de que nunca iremos ter um relacionamento dito normal, de pai e filho, dado que além deste facto maior, existem outros que fazem com que assim seja. Acho que ele também o sabe, e nem deverá ter essa esperança. Tenho muita curiosidade em saber que motivos o levam agora a querer, finalmente, conhecer-me. Tenho apreensão e receios, mas sou um homem crescido e tenho de encarar vida como ela é. Real.
“Se um homem mau te ofende, perdoa-lhe, para que não haja dois homens maus.”
2 comentários:
Fico triste sempre que vejo ou ouço falar de uma família dita "disfuncional". Tive a sorte de crescer no seio de uma família dita "tradicional" que vive intensamente o "até que a morte nos separe" e tudo o que isso acarreta. Tenho uns Pais muito presentes (às vezes até demais) e eles os dois, enquanto casal, continuam muito apaixonados um pelo outro, depois de 35 anos + 2 de namoro. E isso é inspirador nos dias que correm.
Perdoar? Bem, perdoar acontece quando tem de acontecer. E muitas vezes também me qestionei se teria um coração mau por não conseguir perdoar mas, sobretudo, por não conseguir esquecer.
O processo desenrola-se muito lentamente. Desde o acontecimento que motiva a nossa incompreensão, raiva, desgosto até de facto perdoarmos, temos de passar pelas passas do Algarve. No meio temos de lidar com o nosso preconceito, com sentimentos que parecem ser negativos e pesados. Parece que andamos constantemente com uma nuvem em cima.
No final, depois de muito pensar e sentir sobre o assunto, o facto de amadurecermos a questão dentro de nós dá-nos a capacidade de o analisar racionalmente e tomar uma decisão interior.
A decisão de perdoar. Mas sim, não se esquece. Nunca se esquece.
Em relação ao teu comentário ao meu post "Fim", apenas duas notas:
Nota #1 - o Alemão, Caro Leitor, é fácil:
basta clicar para ver o vídeo - tem legendas preciosas...in english, off course.
E mesmo que não tivesse, quase que aposto que essa de "estares fora" é falsa modéstia!
Nota #2 - Sinto-me lisonjeada por me considerares um dos drivers que te motivou a compor este blogue.
Só pela Palavra e pela Partilha, já valeria a pena!
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