Ontem passei pelo “Paradigma do Ser” e reli o post “A minha amiga C”. Já na primeira vez que o tinha lido achei piada o usar apenas a letra inicial do nome para se referir a alguém. Eu próprio o faço desde que li “O Castelo” de Kafka, em K. é o protagonista da história, utilizado para retratar a sua angústia interna. Achei uma boa ideia a adoptar naquilo que escrevia sempre que me referisse a alguém que só eu precisasse, ou quisesse, ser o único a saber a quem me referia. Depois ocorreu-me que a letra C teve, até agora, grande presença na minha vida. Presente, e responsável, nos, e por bons e maus momentos. Houvesse balança que os pudesse pesar. Estes muitos C`s na minha vida poderão também justificar-se por haver tantos nomes começados por essa letra. O meu pai é um deles, e foi assim o primeiro C(D).
No liceu a minha primeira paixão, a CC. Maravilhosos intervalos das aulas, só havia ela e eu. Sentados num banco de frente um para o outro desligados de tudo o resto em volta. Depois, no último momento, quando tive coragem, disse-me que tinha namorado. Ou seria namorada?! Foi uma dúvida com alguma razão de ser.
Depois o meu primeiro amor, a CC. Foi namoro sério de dois anos. Vivemos muitos bons momentos, paixão, ansiedade em estarmos juntos, muita descoberta mútua, de sentimentos e sensações, como seria normal naquela idade. Depois veio a droga. A quase fatal descoberta dela. Graças a Deus que, depois de bater no fundo, hoje está bem de vida. Casou e tem um filho. Trabalha num banco perto do meu antigo emprego. Foi lá que e reencontrei e soube dela.
Na festa de anos de uma amiga, conheci C(D). Começámos a namorar cerca de 6 meses depois e durante ano e meio. Com ela tinha voltado a gostar de alguém a sério, malgrado o meu entusiasmo inicial não tivesse sido muito grande.
Ainda na ressaca deste relacionamento entrei noutro com uma amiga de uma colega minha de curso, CC. Foi um relacionamento que não chegou a ter grande importância para mim. Por vezes acabamos por não gostar a sério das pessoas que teriam tudo para ser a tal.
Último ano de curso, viagem de finalistas. Envolvi-me com C(L) e passei a ser personagem de uma das muitas histórias deste género que sucedem nestas viagens. Problema maior era ela ter namorado. Varadero foi início de uma história de ano e meio e que me deixou marcas. Vivi uma mentira, que acabou com mentira, que ainda hoje me magoa.
No recobro do caso “Varadero”, conheci C(L), estagiária na empresa onde trabalhava na altura. Interessou-se por mim e acabámos por nos envolver. Comprei casa nessa altura. Ela acabou por ser a primeira mulher que tive nesta casa. Coincidência feliz, essa foi a primeira vez dela.
Depois de dois anos de namoro, e mais um a viver junto, com L, aquela que foi, para mim, sem dúvida, a mulher da minha vida, conheci CC. Foi uma ilusão. Ilusão que me fez perder toda a minha vida que vinha sendo construída sobre planos para serem duradouros. Teve importância por aquilo que não permitiu e não por aquilo que me deu. Uso o termo “não permitiu” em vez de destruiu, porque quem destruiu o que tínhamos fui eu e só eu.
Depois disto, quando consegui reerguer-me um pouco, conheço e envolvo-me com CC. Foi um relacionamento mais virado para a parte física. Tínhamos expectativas e vivíamos momentos diferentes nas nossas vidas. Ela desejava um relacionamento sólido e sentia-se na altura de ter um segundo filho. Eu ainda lambia as feridas de ter perdido a mulher da minha vida.
Actualmente sinto um certo clima de flirt com C(B). O que impede de aprofundar esta questão é o sentido ético exigido pela nossa relação profissional. Bom, mas apesar disso agrada e confunde-me este flirt.
Há entre os meus amigos mais importantes C(M) e C(L), amigo de adolescência e amigo de liceu respectivamente. Estão entre aqueles que mais prezo e mais estimo. Ambos foram pais em 2006, ganhei um casal de sobrinhos. Mas também duas desilusões no seio daqueles que, ainda assim, considero amigos. Primeiro CC, uma amiga que nem sempre se lembra que na amizade se recebe mas também que se dá, que nos ouvem mas também precisam de ser ouvidos, ou seja, que a amizade tem dois lados. E também CC, um amigo bastante próximo que o deixou de ser. Muito e importante apoio conseguimos na nossa amizade. Mas desde o início do ano passado um namoro fez com que se esquecesse de todos os amigos que tinha. Triste atitude.
Muitos C`s… uns mais importantes que outros... com ganhos e perdas.
1 comentário:
Com tantas Cês iguais, difícil será saber ao certo com qual delas ainda sonha Mustapha...
A Cê-Ilusão-Não-Permissão-Destruição agradeceria com certeza ser a única mulher na vida de Mustapha que, no seu entender, o tenha feito perder e apenas perder.
Destaca-se de facto, mas pela negativa. Tem de facto o seu lugar, o seu espaço, mas no sítio mais negro do coração.
Quando há espaço para 3 é claramente porque algo de fundamental se perdeu. Mas quem é Cê Ilusão para impingir as suas verdades?!
Só para que conste nos autos o acto último de altruísmo, a Cê-Mulher-da-Vida-de-Mustapha continua sozinha...e Mustapha não lhe é indiferente...
Depois de "Encerrados para Balanço" não se perde a "Mulher da Minha Vida"...
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