No domingo passado foi transmitido o último episódio do “Lost”. Actualmente esta era a minha série preferida e o programa de televisão que mais me prendia ao sofá. Não desgrudava olho da televisão nos domingos às 15:00, e quando não estava em casa deixava a gravar. Sim, ainda mantenho um antiquado VHS, bastante útil para mim. Cheguei a ter três episódios para ver, tendo ainda gravado o do próprio dia. Bem depois foi uma barrigada de “Lost”.
A propósito disto, desta minha paixão, dei por mim a pensar no porquê de gostar tanto desta série. Além disso lembrei-me de que entre os meus livros preferidos estavam “Robinson Crusuoe”, do Daniel Defoe, e “A Ilha Misteriosa”, de Jules Verne. Também apreciava, não de paixão, os míticos filmes da Lagoa Azul. Achei curiosa, engraçada e preocupante, a coincidência de todos terem em comum histórias de náufragos que ficam “presos” numa ilha deserta, ou nem assim tão deserta quanto seria esperado, e sem que ninguém os soubesse lá perdidos. Embora no “Lost” seja a queda de um avião a dar mote ao início e motivo da trama, aqui entre nós, vai dar exactamente no mesmo. Ficam presos numa ilha e isolados. Perdidos.
“Everything happens for a reason”, o slogan do “Lost”.
Claro que tudo isto me levou a ponderar se haverá alguma razão para esta coincidência nos meus gostos e preferências. Pensei se terá alguma relação com o, por vezes, me apetecer estar sozinho. Com a maneira como me entretenho muito bem quando estou sozinho. Isto desde miúdo, sempre consegui ocupar o tempo inventando jogos, alguns dos quais acabavam por se tornar verdadeiros vícios. Confesso que alguns ainda os pratico, de vez em quando. Relacionei a minha tendência para actividades desportivas que são individuais, como o correr, o remo, a bicicleta, o squash (também pode ser). Pensei então se não haveria em mim alguma tendência para o isolamento. E que isto, quem sabe, não poderia até ser fundamentado por uma qualquer teoria psicológica.
Bom, depois aterrei na realidade. De imediato vislumbrei justificações para tudo o que tinha pensado antes. A verdade é que todos nós, em determinadas alturas, sentimos necessidade de isolamento. Necessidade de ter um tempo e um espaço só para nós. Por muito bem que ocupe o meu tempo quando estou sozinho, também sinto prazer, vontade e extrema necessidade de estar com outras pessoas, de convívio, de ter companhia, de interacção, de ver gente. Mais até do que estar sozinho, porque há coisas que só apetece, e podemos fazer se tivermos companhia. Tenho prazer em poder estar com os meus amigos. Depois também gosto de jogar futebol e voleibol, mesmo com a noção de ter pouco jeito tanto para um como para o outro, mas estes são afinal desportos colectivos.
Sei que sou um pouco reservado, mas até me acho sociável. Só preciso que puxem por mim, ou então de ter receptividade com quem tenho, ou quero, interagir. E isso também julgo ser igual na maior parte das pessoas, dependendo um pouco da maneira de ser de cada um.
Portanto afinal, não são preocupantes estes meus gostos, e além disso vou poupar o dinheiro de uma consulta no psicólogo.
A propósito disto, desta minha paixão, dei por mim a pensar no porquê de gostar tanto desta série. Além disso lembrei-me de que entre os meus livros preferidos estavam “Robinson Crusuoe”, do Daniel Defoe, e “A Ilha Misteriosa”, de Jules Verne. Também apreciava, não de paixão, os míticos filmes da Lagoa Azul. Achei curiosa, engraçada e preocupante, a coincidência de todos terem em comum histórias de náufragos que ficam “presos” numa ilha deserta, ou nem assim tão deserta quanto seria esperado, e sem que ninguém os soubesse lá perdidos. Embora no “Lost” seja a queda de um avião a dar mote ao início e motivo da trama, aqui entre nós, vai dar exactamente no mesmo. Ficam presos numa ilha e isolados. Perdidos.
“Everything happens for a reason”, o slogan do “Lost”.
Claro que tudo isto me levou a ponderar se haverá alguma razão para esta coincidência nos meus gostos e preferências. Pensei se terá alguma relação com o, por vezes, me apetecer estar sozinho. Com a maneira como me entretenho muito bem quando estou sozinho. Isto desde miúdo, sempre consegui ocupar o tempo inventando jogos, alguns dos quais acabavam por se tornar verdadeiros vícios. Confesso que alguns ainda os pratico, de vez em quando. Relacionei a minha tendência para actividades desportivas que são individuais, como o correr, o remo, a bicicleta, o squash (também pode ser). Pensei então se não haveria em mim alguma tendência para o isolamento. E que isto, quem sabe, não poderia até ser fundamentado por uma qualquer teoria psicológica.
Bom, depois aterrei na realidade. De imediato vislumbrei justificações para tudo o que tinha pensado antes. A verdade é que todos nós, em determinadas alturas, sentimos necessidade de isolamento. Necessidade de ter um tempo e um espaço só para nós. Por muito bem que ocupe o meu tempo quando estou sozinho, também sinto prazer, vontade e extrema necessidade de estar com outras pessoas, de convívio, de ter companhia, de interacção, de ver gente. Mais até do que estar sozinho, porque há coisas que só apetece, e podemos fazer se tivermos companhia. Tenho prazer em poder estar com os meus amigos. Depois também gosto de jogar futebol e voleibol, mesmo com a noção de ter pouco jeito tanto para um como para o outro, mas estes são afinal desportos colectivos.
Sei que sou um pouco reservado, mas até me acho sociável. Só preciso que puxem por mim, ou então de ter receptividade com quem tenho, ou quero, interagir. E isso também julgo ser igual na maior parte das pessoas, dependendo um pouco da maneira de ser de cada um.
Portanto afinal, não são preocupantes estes meus gostos, e além disso vou poupar o dinheiro de uma consulta no psicólogo.
2 comentários:
Não há mal nenhum em apreciar-se a solidão e tudo o que ela acarreta.
Penso na solidão como um sentimento/momento edificante que nos permite chegar ao nirvana do auto-conhecimento.
Também eu prefiro desportos solitários: nadei 14 anos, 1 dos quais em competição, corro com muita regularidade e amo quando o faço sozinha, faço cardiofitness de olhos fechados, pilates em casa.
So what? Isso faz de mim uma pessoa isolada, introvertida, alheada, demente? I don't think so!
Todos temos, para nosso próprio equilibrio, que encadear momentos de partilha com momentos de solidão.
A Paz inunda-nos a alma quando estamos sós ou na companhia de um livro ou de uma série com a qual nos identificamos. A última que me prendeu, assim como a ti ao Lost, foi o Dr. House.
A ti encanta-te a temática do isolamento, das ilhas e incursões pelo desconhecido.
A mim encanta-me a complexidade e a perfeição do corpo humano e como esse equilibrio pode ser destruído, descoberto e corrigido com modernos engenhos e "procedures".
Sonho um dia poder salvar uma vida! Se não o posso fazer num bloco operatório, poderei decerto fazê-lo em missão, colocando o meu engenho ao serviço das comunidades. Um dia!
"Everything happens for a reason"...e a busca da razão úlitma de tudo o que nos acontece apenas tem lugar se, em completo isolamento, as conseguirmos analisar, seja à luz do pensamento ou do coração.
A solidão edifica.
Não vale a pena gastar dinheiro no psiquiatra. Pelo menos, não para isto!
Ah e,Oh Mustapha, parece que inventaram uns leitores de dvd que também gravam programas que passam na televisão. Eles inventam com cada coisa...
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