sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Bestas ao volante

Fui beber café com a V a Telheiras. Íamos na 2ª circular, mesmo em frente ao estádio da Luz, quando aparece um Seat Ibiza que passa pela minha direita, exactamente no momento em que o carro que ia a meu lado ia virar à direita. Num espaço minímo. Depois vejo-o ir para a esquerda, ultrapassar, volta de novo à direita, mais uma ultrapassagem e daí até à faixa mais esquerda…e deve ter ido por aí adiante sempre nesta estupidez, a besta.

Irritou-me. Tive vontade de ir atrás dele e quando parasse partir-lhe a tromba pela estupidez que vinha a fazer. Muitas vezes o nosso maior perigo são bestas destas. Na altura reparei que ia a 80 Km/h. Ali é exactamente o local de um dos radares da 2ª circular. Ela ia a bem mais do que isso, pelo menos a uns 110 Km/h, a julgar pela rapidez com que desapareceu, gingando, pelo meio dos outros carros.

Considero-me um bom condutor essencialmente pelo que procuro ser cuidadoso, mais do que pela habilidade e jeito para conduzir, que também acho que possuo. Agora este género de “habilidades”, e outras, que colocam em perigo as outras vidas que vão na estrada, merecem a minha (agressiva) crítica.
A estas bestas, mais do que lhes ministrar formação de condução defensiva, teria de se lhes dar formação de civismo e, já agora, um pouco de educação social. E uns calduços também lhes fazia bem.


Recado para a minha amiga I: Portei-me muito bem no cafezinho! Mas que me apeteceu lá isso...apeteceu!

1 comentário:

IV disse...

hsaNão é por acaso que as grandes artérias são palco para espectaculares acidentes.

A probabilidade de haver um acidente numa destas vias aumenta linearmente com a afluência.

Se acrescentarmos o facto da 2ª circular ser uma via distribuidora de trânsito para o interior da cidade, aí temos um cocktail explosivo que vai levar com que todo o tipo de pessoas aí aflua.

Se não vejamos:
- O camionista que vem cansado do Norte para distribuir nos grandes armazéns ao longo da IC19
- O doente da santa terrinha que vem a um hospital da capital para uma segunda opinião
- O chico-esperto que não tem amor ao carro da empresa nem à sua vida
- A esmagadora maioria das mulheres que peca por excesso de zelo e nabice crónica
- A esmagadora maioria dos homens que compensa a sua falta de virilidade e insucesso com grandes carros (seja pelo seu comprimento, pela tracção às 4, pelo seu preço ou cilindrada)
- A esmagadora maioria dos velhotes que decidiu ir dar um giro em vez de ficar a ver o Preço Certo com a mantinha nos joelhos
- And so ion and so ion

(Preconceito written all over)

O que é certo é a maior parte das pessoas que faz manobras perigosas ao volante fá-lo motivado por inúmeras razões que podem ir desde a necessidade de dar expressão ao seu stress à necessidade de impressionar alguém (seja a garina que leva ao lado ou o amigo totó).

O problema reside no facto destas infelizes criaturas precisarem de instrumentos como os dotes de condutor agressivo para impressionar. Ah, para não falar no flagelo da sociedade que é alguém sentir-se impressionado com uma animalidade deste género.

Também me considero uma excelente condutora (aparte alguns acidentes que se devem a excesso de confiança/distracção/falta de ABS), e uma das coisas que mais me impressiona, para além das que enumeraste, é a falta de vergonha na cara. Orgulham-se de conduzir depressa, colocando em risco a sua vida e a dos outros, fazem "cavaladas" como negligenciarem traços contínuos, sinais vermelhos e filas intermináveis.

Remédio: aulinhas de condução defensiva, maior vigilância e coimas aplicadas aos prevaricadores, mas sobretudo, que o estado investisse no incremento do nível cultural dos seus cidadãos, para que estes tristes possam impressionar de outras maneiras que não a das figuras tristes. E para que os tristes que se deixam impressionar por isto pudessem aumentar a sua fasquia.

E assim vai o mundo...