sexta-feira, 28 de março de 2008

“O Amor nos tempos de cólera”

Ontem fui ao cinema com C. Estávamos de acordo quanto ao filme a ver. A adaptação do romance de Gabriel Garcia Marquez. Ao contrário de C eu não conhecia a história. De Garcia Marquez apenas conheço o sublime “Crónica de uma morte anunciada”, livro que está emprestado à minha amiga I.

O filme agradou-me. A companhia era quem eu desejava que fosse. A primeira ideia que me ocorreu quando o filme começou é que este filme podia perfeitamente ser falado em Espanhol. Engraçado é que hoje li exactamente opinião igual na revista Visão, edição da semana passada. Adorei a fotografia, paisagens deslumbrantes e muita luz. Agradou-me o pormenor de a história começar a meio, voltar ao princípio e depois ter um remate final, claro que isto se deve ao meu desconhecimento do romance.

Da história em si penso ser admirável a hipótese de que se possa esperar mais de 51 anos para viver o amor da nossa vida. Embora a “sala de espera” de Florentino Ariza tenha sido “local” em que a espera virginal tinha tudo menos o ser monótona. Poeta sonhador vive para e pelo amor, numa espera paciente e conformada, mas ao mesmo tempo paranóica e obsessiva. Amor e cólera, ou o inferir de que o amor pode ser uma doença. Bem mas não poderia ele continuar a lutar por aquele amor? Sei que a história não era mesmo para ser assim, a maneira de ele lutar foi manter-se por ali, mas não impede que eu o pergunte. E depois naquela época poderia alguém chegar a ter tal extensa lista de mulheres? Eu e C debatemos exactamente isso e ambos pensámos que por um lado talvez o facto de as mulheres serem naqueles tempos mais reprimidas, não tão emancipadas como hoje em dia, levaria a que mais facilmente se deixassem seduzir por atenciosos galanteios. Bem mas passar as 700!?! Convenhamos que talvez só mesmo em ficção.

Sobre C? Mais do mesmo... Talvez os fantasmas se vão.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Há mesmo dias assim

Já há algum tempo que não ouvia este "Lonely Day" dos System of a Down, mas hoje quando o voltei a ouvir, não pode deixar me ocorrer que há dias em que me sinto mesmo dessa forma...

Such a lonely day
And it's mine
The most loneliest day of my life

Such a lonely day
Should be banned
It's a day that I can't stand

The most loneliest day of my life
The most loneliest day of my life

Such a lonely day
Shouldn't exist
It's a day that I'll never miss

Such a lonely day
And it's mine
The most loneliest day of my life

And if you go
I wanna go with you
And if you die
I wanna die with you

Take your hand
And walk away

The most loneliest day of my life
The most loneliest day of my life
The most loneliest day of my life

Such a lonely day
And it's mine
It's a day that I'm glad I survived

terça-feira, 25 de março de 2008

Páscoa em família

A minha mãe e os meus avós vieram cá passar a Páscoa. Inicialmente falámos em ir eu ao Brasil e passar lá a Páscoa, e também o meu aniversário. Já me imaginava a regressar com um invejável bronzeado no final do Inverno! Entretanto, e antes de marcar viagem, a minha mãe disse-me que viriam cá eles por esta altura. Assim, tive a felicidade de passar esta Páscoa em família, coisa que não aconteceu no ano passado. Foi um fim-de-semana de Páscoa como os de antigamente na casa dos meus avós em Tomar. No Domingo fomos à missa e depois tivemos almoço familiar, farto e demorado. Veio também almoçar connosco o meu primo, que mora em Vila Franca de Xira, com a mulher e filhas No no final doces até fartar. Depois, já a meio da tarde passeio, até ao café da Inatel para digerir a almoçarada e apanhar um pouco de sol. Regressámos a casa ainda a tempo para ver um dos filmes habituais que passam sempre nesta época, desta vez foi “Ben Hur”. Ainda antes do jantar houve tempo para me oferecer o bónus de obrigar todos a ver “A última tentação de Cristo”.

Apesar da felicidade que foi ter cá a minha família nestes dias, já sabia que a sua vinda tinha muito a ver com o estado de saúde do meu avô. Desde há algum tempo que a minha mãe me vinha dizendo que poderiam ter de voltar em definitivo devido à saúde dele. A idade é de facto um peso. O meu avô nunca foi de se queixar de nada, um homem rijo. Nestes dias, que eles têm estado em minha casa, em alguns momentos tenho notado alguma alheação na sua maneira de estar. Por vezes fica junto à janela a olhar lá para fora de olhar muito fixo talvez em coisa nenhuma. Embora não o admita, sei-o preocupado pela possibilidade de estar doente. Também não lho digo mas tenho fé em Deus que nada será de preocupante.

Ainda nada está definido sobre como vão ficar cá em Lisboa. Os meus avós já não têm casa em Tomar, a casa da minha mãe nos Olivais está arrendada e talvez demore uns meses até poderem ficar lá. Por isso, para já, vou tê-los em minha casa algum tempo. Bem pelo menos posso matar saudades, não me preocupo em fazer comida, nem em fazer limpeza, poupo o dinheiro de ter alguém para cuidar da roupa. Claro que vou ter de continuar com a cama montada no escritório, perco o sossego de estar em casa tranquilo e vou ter de ouvir sermão por sair tarde do trabalho. Mas vai valer a pena ter cá a minha família… de qualquer modo também sinto que é bom porque sei que vai ser temporário.

Comprometo-me que vou aproveitar o máximo que possa para que sejam bons estes dias que vão ficar comigo. Pela minha mãe, pelos meus avós e por mim. Vou tentar sair sempre cedo do trabalho, jantar todos os dias com eles e a horas decentes, passar serões com eles, passearmos aos fins-de-semana, e mais alguma coisa que me ocorra e se proporcione na altura.

Domingo: Levo o meu querido velho M ao Estádio da Luz para ver o nosso Glorioso.

terça-feira, 18 de março de 2008

Virgindade no século XXI

A secção “Olhar” da Courier International deste mês retrata a opção de sete nova-iorquinos em se terem mantido abstinentes sexuais até então. De facto é já surpreendente termos conhecimento desta opção e mais ainda da manifestação pública dessa opção.

Tenho ideia, ou melhor, tinha ideia de que quem se mantivesse virgem tendo idades entre os 20 e os 40 anos, não teria coragem de o assumir. Lamentavelmente a maioria das pessoas, a nossa sociedade, tem a péssima atitude de fazer dos “virgens” alvo de chacota. Deviam, isto é, deviamos procurar pensar que haverão por certo razões para essa opção, ou motivos para essa circunstância. Tenho pelo menos dois amigos de quem se imagina possam ainda manterem-se virgens já depois dos 30. Ele A, terá sido por uma questão de circunstância, ela J, talvez mais por opção. Em relação a ambos essa possibilidade não passa de conjecturas, feitas a partir do convívio que temos com ambos, que podem não ser afinal aquilo que nos parece. Podemos até estar apenas a ser iludidos pela forma como escolheram ocultar-nos a sua vida sexual.

Há algumas décadas atrás a virgindade era condição essencial para que uma mulher conseguisse casar. Friamente, mulher que se soubesse já não ser virgem veria as suas possibilidades de constituir família bastante dificultadas. Considero que a virgindade era um dos factores a que levava que, no tempo dos nossos pais e avós, as pessoas se casassem muito mais novas. O casamento era uma maneira , talvez a única, de poderem iniciar a sua vida sexual. Hoje em dia, e como se tornou comum ter sexo antes do casamento, as pessoas casam muito mais tarde. Disto que digo eu sou um bom exemplo, já vou a caminho dos 32 e nem nem sequer sombrade casamento ou derivado. Por outro lado, nesses tempos, uma mulher que estivesse à beira dos 30 e ainda não tivesse casado, toda a gente já a ia dizendo condenada a ficar solteirona. Hoje em dia, esta ideia sobre estar perto dos 30 e ainda ser virgem, nas mulheres, é quase igual o preconceito criado de ficarem solteironas e nos homens parece-me ainda pior esse preconceito, chegando a ser motivo de chacota dos seus amigos e conhecidos. Não imagino homem que tendo mais de 30 anos não sinta vergonha em admitir ser virgem, afim de evitar essa ridicularização.

Na reportagem da Courier International, maioritariamente, a razão dos retratados era a espera por encontrar a pessoa com quem partilhassem sentimento suficientemente forte para dar esse “passo”. Referem esta espera como sendo “algo ligado à confiança e ao compromisso”, “esperar por uma pessoa que amasse”, “ter a certeza de ser algo valorizdo e respeitado”, “começar pela relação emotiva”, “optar, escolher não reagir a pressões, e mantermo-nos virgens”.É uma opção rara nos nossos tempos. E esta opção é uma daquelas que nos distingue como seres racionais que somos.

segunda-feira, 10 de março de 2008

The Cure no Pavilhão Atlântico

Estive lá… Uma das bandas da minha adolescência. Gosto mas não sou super-fã, e sinceramente estava à espera de gostar mais, do concerto, do que aquilo que gostei. Mas deu para sentir isto…

...Whenever I'm alone with you,
you make me feel
Like I am young again
Whenever I'm alone with you,
you make me feel like I am fun again...

(“Love song”, sempre foi, e sempre será, a minha favorita)