segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Poupamos ou gastamos ainda mais?


Depois de uma ida ao supermercado lá fui apanhado por uma daquelas promoções chatas de cartões com descontos magníficos e vantagens estupendas, e em que nos vendem a ideia de que vamos poupar imenso se aderirmos. A meio da exposição da esforçada promotora eis que começo a contrapor o que será verdadeiramente poupar. Tenho, já há bastante tempo, uma ideia formada sobre a poupança que este tipo de cartões podem proporcionar.

Para mim só poderia ser poupar se estes descontos fossem proporcionados ao adquirir bens que fazem parte dos meus consumos habituais, quer dizer das necessidades que tenho que sustentar todos os meses. Assim se os benefícios incidissem, por exemplo, na diminuição do spread do meu empréstimo, nos valores de consumo de electricidade, água, gás, nas compras do supermercado, gasóleo, e por ai adiante. Estas são despesas, em que posso gastar menos e poupar, mas que não posso mesmo evitar.

O efeito de poupança, que estes cartões têm, são idênticos aos dos saldos. Senão vejamos, vezes há em que estamos perante aquele casaco que agora custa menos 50€, e lá acabamos por o comprar. Saímos da loja com a ideia de que poupámos 50€. Mas será que se ele tivesse o preço normal o quereríamos comprar? O que quero dizer é que acabamos por consumir mais do que se não tivéssemos o desconto e, neste caso em particular, acabamos sim por gastar 50€, uma vez que em situação normal não compraríamos o tal casaco.

É lógico que não devemos nos restringir e comprar só o estritamente necessário, se a isso não formos obrigados por carência. Temos direito, e merecemos gozar as coisas boas da vida. E se for com desconto tanto melhor. Mas acaba por ser uma boa táctica de contraponto a estas promoções que não queremos de todo aderir.

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