segunda-feira, 28 de junho de 2010

Outra vez isto, não!

Era eu a convencer-te de que gostas de mim,
Tu a convenceres-te de que não é bem assim.
Era eu a mostrar-te o meu lado mais puro,
Tu a argumentares os teus inevitáveis.
Eras tu a dançares em pleno dia,
E eu encostado como quem não vê.
Eras tu a falar p'ra esconder a saudade,
E eu a esconder-me do que não se dizia.

Afinal...
Quebramos os dois afinal.
Quebramos os dois...

Desviando os olhos por sentir a verdade,
Juravas a certeza da mentira,
Mas sem queimar de mais,
Sem querer extingir o que já se sabia.

Eu fugia do toque como do cheiro,
Por saber que era o fim da roupa vestida,
Que inventara no meio do escuro onde estava,
Por ver o desespero na cor que trazias.

Afinal...
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois...

Era eu a despir-te do que era pequeno,
Tu a puxares-me para um lado mais perto,
Onde se contam histórias que nos atam,
Ao silêncio dos lábios que nos mata.

Eras tu a ficar por não saberes partir,
E eu a rezar para que desaparecesses,
Era eu a rezar para que ficasses,
Tu a ficares enquanto saías.

Não nos tocamos enquanto saías,
Não nos tocamos enquanto saímos,
Não nos tocamos e vamos fugindo,
Porque quebramos como crianças.

Afinal...
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois afinal,
Quebramos os dois...

É quase pecado que se deixa.
Quase pecado que se ignora.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Como chove

Este foi um ano difícil...



E esta chuva que vem estragar muito do que fizemos e dificultar o que poderiamos ter feito!



Isto é que se vê do meu gabinete hoje.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Button campeão


Ninguém diria no início da temporada, mas o britânico Jenson Button sagrou-se campeão mundial de F1. A correr na estreante Brawn GP, que ganhou o título por equipas, sendo a primeira que o faz no ano de estreia.


Com um início dominador, em que Button ganhou seis das sete corridas iniciais, apenas teve de gerir o resto da temporada somando mais alguns pontos que garantiram o título na penúltima prova. A decisão aconteceu mais uma vez no GP da Brasil. Desilusão foram as prestações de Ferrari e McLaren, os principais candidatos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Andam distraídos

Deve ter sido alguém do FCP que esteve a "tratar" do teletexto da RTP neste fim de semana. A vermos pela lista de melhores marcadores concluiriamos que Benfica e Sporting tinham perdido os respectivos jogos (ambos 2-1), já que João Aurélio (Nacional) e Alonso (Marítimo) aparecem com 2 golos cada.


Chegando mesmo a estar inscrito no jogo Benfica-Marítimo, dois golos de Alonso exactamente no mesmo minuto.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Anulado de novo


Outro concerto dos DM anulado! Coisa estranha, parece que há ai um vírus a impedir os concertos deles em Portugal. Cá para mim não voltamos a vê-los por cá!

Pelo menos desta vez não tinha comprado o bilhete...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

# 6 - Amizade inesperada


Um divórcio, com a consequente desilusão, e O Processo, de Kafka. Foram estes os dois pontos de partida para que surgisse esta amizade que nada faria supor.

Naquela altura o meu escritório era, e seria por mais algum tempo, o contentor da obra. E então o manobrador de bobcat começou a chegar tarde durante alguns dois ou três dias seguidos. Não era habitual e toda a gente comentava por achar estranho. Após um desses atrasos, perguntei-lhe se tinha acontecido alguma coisa. A sua reacção foi para mim completamente inesperada, tendo deixado que algumas lágrimas lhe escapassem cara a baixo.

Depois passámos a estar algo próximos cada vez que se proporcionava. Desabafava comigo e eu ouvia-o lamentar quanto desafortunada se tinha tornado a sua vida. Consegui que adoptasse outros interesses e um deles a leitura. O jornal Público ainda distribuía a colecção mil folhas, que eu ia completando. Ao ver-me com o jornal, e ao falarmos sobre essa colecção, pediu-me que trouxesse também para ele, um livro todas as semanas, sem excepção. O primeiro foi O Processo, de Kakfa. Achei que para início de “vício” não era o mais apropriado, mas surpreendeu-me porque leu, gostou, e apesar da complexidade do próprio Kafka, apanhou o absurdo da história.

Hoje M continua a ser um dos meus melhores amigos. Somos praticamente da mesma idade, mas pouco, ou mesmo nada, tínhamos em comum, no entanto isso não impediu o que achava bastante improvável, que era ter alguém como ele como um grande amigo. Esta amizade mostrou-me, e mostra-me todos os dias, que as pessoas nem sempre são como julgaríamos que fossem.

Quando listei os seis pontos deste desafio achei que era altura de ler O Processo.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

# 5 - O maior desafio para este ano


Com o tempo que tenho demorado a cumprir este desafio, o que era um objectivo para este ano passou a ser algo que já cumpri. De facto o meu maior desafio, ou pelo menos o que mais complicado se mostrava era o reencontro com o meu pai. Era algo que vinha a adiar de dia para dia, mas no início deste ano tinha tomado a resolução de cumprir a promessa, que fiz a mim mesmo, de ser este ano.

No mês de Maio passei uma semana em sua casa, em Oxford. Para ser sincero não parti nada apreensivo, antes pelo contrário, fui completamente confiante de que tudo iria correr pelo melhor. De qualquer forma os primeiros momentos foram estranhos. Deparei-me com uma pessoa que não me dizia nada, que era como qualquer outra com quem me tinha cruzado em toda a viagem. Quando nos deparámos cara a cara, estendi-lhe a mão para o cumprimentar, como o faria a qualquer outra pessoa. Apertou-me a mão e puxou-me para si, dando-me um abraço que me pareceu tão longo quanto o meu desconforto o tornou. Foi tudo tão estranho que nem parecia entender o seu inglês.

Passado todo o torpor inicial, consegui recuperar a lucidez e o controlo da situação. Ás suas perguntas em catadupa respondi apenas que estava muito contente por estar ali e que havia muito tempo para nos conhecermos. Afinal mais de 30 anos não se resumem numa viagem de comboio até Londres e depois até Oxford.

Hoje sinto-me aliviado e satisfeito comigo próprio.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

# 4 - Achei que nunca o iria fazer

Num aniversário do meu grande amigo CL, este pediu-me que desse boleia a uma sua amiga, que eu não conhecia, mas que morava perto de mim. Claro que lhe disse que não me importava e que podia contar comigo. Trocados os contactos e combinada toda a logística, através dele, lá fui buscar a amiga do meu amigo.


Como já ia avisado por ele, não fiquei de "queixo caído" com a modelo. Sim, ela era modelo. Portuguesa mas vivia em Turim, onde trabalhava como modelo fotográfico. Estava cá de férias de verão, naquele mês de Agosto. Encontrámo-nos e fomos para o restaurante na Trindade. Depois ficámos juntos no jantar e no fim, na ida combinada para o Bahaus, fomos de novo juntos e apenas os dois. Desde o início da noite que tinha ficado deliciado pelo seu decote, e não só. Já no carro, e antes de arrancar, enquanto ainda discutiamos detalhes da ida, com alguns dos restantes convidados que estavam na rua, não conseguia deixar de me deliciar com a vista do seu decote.


Foi já com "ela fisgada" que fingi ter-me perdido no caminho e, por coincidência fomos ter perto da minha casa. Sugeri que poderiamos subir um instante e lhe faria uma caipirinha. Acedeu. Subimos, bebemos e arrisquei levar por diante o que tinha planeado. Passados alguns minutos já estávamos em pleno acto sexual no sofá da sala. Sem sequer ouvir os telemóveis que tocavam, em chamadas de CL tentando saber onde nos tinhamos metido. Claro que ele percebeu onde estaríamos e não insistiu mais.
Quando ela me questionou porque tinha o tentado, respondi-lhe que foi uma questão de "agora ou nunca". A verdade é que ela voltou para Itália passados dois dias e nunca mais nos vimos.

Sempre foi contra tudo o que defendia envolver-me sexualmente com alguém na noite em que a conhecia. Mas afinal acabei por fazer algo que achei que nunca iria fazer. E voltei a fazê-lo com outra pessoa alguns anos depois, algo que durou apenas um fim-de-semana.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

# 3 - Benfiquista dos sete costados

É paixão mesmo! Sou benfiquista dos pés à cabeça... influência do avô M.

Bem, claro que não sou dos que batem na mulher quando o Benfica não ganha. Não sou sócio. Nem vou ao estádio assistir a todos os jogos. Ou sequer vou para o Marquês festejar os títulos. (quais títulos???)

Sou daqueles adeptos, ou pelo menos tento ser, que vê as coisas com “olhos de ver”. Se não merecemos ganhar, depressa me passa a desilusão e espero por melhores dias. No entanto fico triste de ver terminada mais uma época e ter sido de novo um ano de jejum. Ah, ganhámos a Taça da Liga! Ok, ok.

O que espero mesmo é que os senhores que gerem o Benfica tenham juízo naquelas cabeças e façam as coisas de maneira a que possamos assistir, de novo, a um Benfica ganhador.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

# 2 - Sou workaholic

Aliás, completamente workaholic!

Devo ter apanhado este "vírus" do avô M. Sempre tive muito orgulho nele, e na sua história de vida, é o que se pode de verdade chamar "a self made man". Veio para Lisboa, saído da aldeia, logo após completar o ensino primário. Como tinha uma família sem recursos, o irmão mais velho teve de sair da terra para ganhar sustento e ajudar a criar os outros irmãos. Retrato normal e muito comum noutros tempos.


Aos 19 anos continuava apenas com a chamada 4ª classe e num emprego por turnos que não satisfazia a sua ambição. Queria mais e melhor para a recente família que tinha acabado de constituir, e por isso, decidiu ir estudar. Estudava de dia e trabalhava sempre no turno do horário nocturno. Duro, muito duro imagino.


Terminado o curso de Engenharia Química conseguiu emprego como analista numa fábrica de refrigerantes, de uma marca bem conhecida e muito ligada à minha infância. Muitos anos de grande emprenho dedicados à empresa valeram-lhe que quando se reformou já era Director Geral da fábrica. Continuarei sempre a achar isto notável.


E eu? Fiz os três últimos anos do liceu à noite, por auto-castigo, enquanto de dia fui arranjando uns empregos que me ocupavam o tempo e davam a ganhar alguns trocados. Não me posso queixar, porque a vida sempre me foi mais ou menos fácil, e tirei o meu curso estando apenas a estudar, mas tudo o que tenho conseguido ao meu esforço o devo.


Por vezes, aliás muitas vezes, sei que me dedico mais ao trabalho do que devido. O retorno dessa dedicação nem sempre é recompensado da forma que, julgo, seria a mais justa. Mas faço-o, esforço-me, porque faz parte de mim, da minha maneira de ser e de encarar as obrigações profissionais. Além de que tenho brio...