segunda-feira, 30 de junho de 2008

Não, não poderíamos ter ganho

Depois de a Espanha ter acabado por ganhar o euro 2008, já hoje ouvi muitos comentários de que até podiamos ter chegado pelo menos à final. Lógico que isto são comentários normais causados pelo nosso portuguesismo, uma vez que analisando friamente o que jogou a nossa selecção temos de reconhecer que não podiamos ser candidatos senão na teoria.

Não pertenço ao conjunto dos que dizem estar contentes por o troféu ter sido ganho pelos “nuestros hermanos”, por uma questão de proximidade, ou por nos vingarem a derrota perante a Alemanha, etc. Os meus preferidos depois de Portugal, eram, e por ordem, a Rússia, a Turquia, a Holanda, a Croácia, a Alemanha e só depois a Espanha. Na verdade há selecções pelas quais eu tenho verdadeira aversão em termos futebolísticos, e nelas está a Espanha, junto com a França, a Itália e a Inglaterra. Agora como campeões da Europa ninguém os vai conseguir aturar!

Quanto à nossa selecção, a equipa nacional portuguesa, começou a perder este euro quando ocorreu a lesão de Quim. Claramente se viu que Ricardo não é o grande guarda-redes que era obrigatório ter, se é que algum dia o chegou a ser. Outro ponto fraco e crucial foi a posição de defesa esquerdo. Paulo Ferreira além de ter de jogar numa posição que não é a sua, mostrou mais uma vez que o Chelsea apanhou mesmo um grande barrete ao pagar o que pagou pela sua aquisição. No conjunto das desilusões está também Quaresma, que até marcou um golo que foi só encostar o pé, mas que não aproveitou o jogo a titular contra a Suiça para mostrar que vale realmente aquilo que o FC Porto pede pelo seu passe.

Normais, sem deslumbrar mas ainda assim tendo prestações que até se podem dizer positivas, estiveram Cristiano Ronaldo, de quem se esperava muito mais dado o seu estatuto de estrela maior do nosso pais, Ricardo Carvalho, Bosingwa, Simão, Petit, João Moutinho, Nuno Gomes, Nani, Raul Meireles, Bruno Alves e Hélder Postiga.

Irónicamente os luso-brasileiros, cuja presença na selecção ainda é motivo de discordância de muita gente, foram os nossos melhores elementos. Pepe sempre em bom nível, talvez até sendo um dos melhores na sua posição neste torneio. E Deco, que renasceu depois de uma má época no Barcelona, foi sem dúvida o nosso melhor jogador. Não foi mau mas soube-me a pouco.

terça-feira, 24 de junho de 2008

I saw you in a crowded place


Ela foi uma das mulheres que me partiram o coração. C(L) foi o meu caso “Varadero”. O pecado na minha viagem de finalistas. Marcou-me negativamente a forma como tudo acabou. Ainda hoje me lembro com alguma mágoa da forma como me mentiu. E da forma como perante as evidências, provas concretas, continuou a negar ter-me mentido. Foi-me desleal. E isso é pior do que se me tivesse sido infiel.

Hoje, ao ir almoçar ao Oeiras Park, vi-a no meio de tanta gente que vai ali à hora de almoço. Eu já estava sentado à espera que me trouxessem o almoço quando ela passou no corredor. Talvez me tenha visto pois vinha mesmo de frente para o local onde eu estava sentado. Exactamente na altura em que ela ia a passar veio uma das minhas colegas perguntar-me que bebida queria, cortando-nos a linha de visão de um para o outro. Talvez tenhamos feito os dois o mesmo, vimo-nos e passámos.

C(L) foi uma das mulheres que me partiram o coração. C(C) será a próxima…

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Pela Pátria lutar


Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente e imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu, jucundo,
O oceano, a rugir de amor,
E o teu Braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!



quarta-feira, 18 de junho de 2008

O regresso da auditora

Soube hoje que vamos ter auditoria de qualidade daqui a exactamente uma semana. Ou seja, daqui a uma semana S vai estar aqui no escritório por alguns dias. Por certo iremos beber alguns cafés e almoçar juntos nesses dias, isto apesar da sua afirmação de não ser ético o auditor ser “amigo” do auditado.

Conheci S faz sensivelmente três anos. Recém formada, estava ainda há muito pouco tempo a trabalhar naquela empresa. Eu também trabalhava aqui não há muito tempo. Ela notava-se sem dúvida. Uma mulher, melhor uma miúda de 24 anos, pequena, com uma cara linda e uns olhos verdes muito atraentes. Um sorriso bonito, a completar uma simpatia tímida. Apenas na sua segunda passagem por aqui tivemos mais proximidade. Pelo que me deu a perceber vivia nessa altura uma fase menos feliz a nível sentimental. O seu namoro tinha terminado muito recentemente.

Mantendo a opinião de o nosso relacionamento não poder ser de amizade, mas apenas profissional, convidou-me, mesmo assim, todas as manhãs para beber café. Mesmo assim, esperava sempre que a chamasse para almoçar depois da sua colega sair. No entanto nunca achei que o seu interesse por mim fosse mais do que simpatia, isto apesar dos comentários e opiniões de alguns dos meus colegas. Mesmo achando-a terrivelmente bonita, procurei sempre manter o meu interesse somente nesse nível. Numa das nossas últimas conversas, percebendo que se poderia sentir numa altura um pouco mais sozinha, convidei-a para um cinema de verão ao ar livre. Aceitou de imediato. Fiquei contente, porque achei que iria ser muito agradável termos hipótese de estarmos juntos num ambiente diferente.

Saímos e realmente foi agradável. Pena que tenha sido só até certa altura. E essa altura foi exactamente quando percebi a sua opinião sobre o meu convite. Eu acho que uma mulher pode sempre pensar que um homem esteja interessado nela, o mesmo se aplica a um homem em relação a uma mulher. No entanto acho muito feio o ser exageradamente convencido. No caso dela, talvez até tivesse com meia razão. Isto é, eu no fundo até lhe achava muita piada, mas ia apenas ainda na parte física. Agradava-me o que via e interessava-me o pouco, e condicionado, que já conhecia. Depois logo se veria se conhecendo o resto o interesse se confirmava. E estudaria o possível interesse dela por mim.

O que ela não percebeu, ou se calhar não sabe, é que nós, homens, podemos convidar uma mulher para sair apenas por simpatia, por amizade. Nem sempre os nossos convites têm uma segunda intenção implícita. Também podemos apenas querer um pouco de companhia, conversar, distrair-nos, passar um bom bocado. Conhecer uma pessoa e achar-mos que apenas devemos ficar amigos. Mesmo que a achemos muito bonita. Não nos apaixonamos por todas as mulheres bonitas que conhecemos.

Saímos e essa foi a primeira e a última vez. Nessa noite o meu interesse por ela não cresceu…

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Behind the mask

- Bem, tu és um bocadito reservado!

Foi esta a frase, comentário, que me despertou. A meio de uma conversa circunstancial numa pausa para café, R atirou-me a frase cheia de certeza. Ainda meio surpreendido respondi-lhe com a pergunta reactiva. “Achas?”

- Acho. – respondeu-me. – Tu és bastante falador, extrovertido, mas nunca dizes nada sobre ti!
Pareceu-me interrogativa. Tive receio de ter vindo a ser observado e poder ter deixado transparecer algo que não queria.

- Parece que está sempre tudo muito bem contigo. Estás sempre muito sereno, muito calmo e nunca falas em nada que te possa ter deixado ficar menos bem.

Fiquei ainda mais apreensivo com o que ela estaria a querer dizer. Não sei se percebeu a minha atrapalhação com a conversa. Na verdade, nem tive consciência na altura, de que me apanhou de surpresa por apreensão do que a teria levado a iniciar aquela conversa. Poderia ela reparar em mim mais do que eu imaginava e talvez interpretar-me de um modo que não supunha, nem desejava. Já não me recordo do que lhe respondi, por certo explicações lógicas que apenas tinham o objectivo de dar a entender que não estava a perceber o que queria dizer.

- Parece-me que não andas bem. A tua alegria não me tem parecido tão genuina.

Sempre fui assim. Reservado. Nunca fui pessoa de expor os meus problemas, as minhas tristezas, oe meus receios e medos. Nunca baixei a cabeça e fiz de coitadinho. Nunca falei nas dificuldades financeiras que tivemos quando a minha mãe voltou a Portugal. Da rejeição que sofremos por parte da minha família por a minha mãe ter voltado divorciada. Da falta do meu pai na minha vida. Nunca falei da falta do meu pai na minha vida. De me sentir diferente na escola por não ter uma família normal. De não ter todos os brinquedos que os meus amigos tinham. Dos amores não correspondidos. Dos namoros falhados. Das dificuldades para poder aguentar-me na faculdade. Da pena que tenho em não ter agora uma situação familiar como a maior parte dos meus amigos, casados e com filhos. E agora a doença do avô M, que me tem deixado tão triste mas que tenho feito por não dar a entender. Principalmente com ele.

A R disse-lhe que deveria ser impressão dela. Que apenas andava muito mais atarefado, com falta de tempo, mais trabalho e muito a aprender nas nova função. Depois que motivos teria? Tinha a minha família comigo. As coisas com C estão bem. Tinha sido promovido e aumentado. E ainda por cima o Verão estava a chegar.

- Pois! Mas nota-se que andas com um olhar triste.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Afinal fui

- Olá I, ligaste-me?
- Olá! Sim liguei.
- Desculpa não ouvi, estava a almoçar. O que me queres?
- É que uma colega minha arranjou-me bilhetes para o Rock in Rio, e era para ver se querias ir logo!
- Ah, claro que sim! Quem é hoje?
- Alanis Morisette, Alejandro Sanz, e Bon Jovi.
- Ok! É de graça, então vamos lá!

Pronto e quando menos esperava a minha querida amiga I lá me arranjou uma entrada para o Rock in Rio. Adorei Alanis, Sanz nem por isso, Bon Jovi nunca apreciei, mas acabei por gostar de voltar a ouvir as mais conhecidas das velhas músicas, valeu também por ainda tter tido o bónus de Rui Veloso pelo meio. No fim acabei por descobrir que estou na fronteira de começar a gostar mais de assistir a concertos sentadinho. Já não aguento por muito tempo os pulos, as palmas, o cantar alto, e o abanar o corpinho. O cansaço fez-me voltar a casa tendo apenas feito uma passagem na tenda electrónica para espreitar.

Rock in Rio 2008? Eu fui!