quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

o rico mundo em que vivemos


Há uns dias a TSF emitiu uma reportagem radiofónica, que diga-se achei excelente, intitulada “Bebés Tinoni”. A reportagem foi sobre o fecho de algumas maternidades no nosso país, e as consequências sentidas em meios menos urbanos. Passaram vários relatos sobre partos realizados a caminho do hospital mais próximo, que agora é longe. Lógico que agora temos, em Portugal, cada vez mais bebés nascidos numa ambulância, por vezes na beira de uma qualquer estrada nacional, ou já dentro de uma auto-estrada. Partos assistidos por bombeiros ou por médicos do INEM, que nestes casos se tornam heróis, felizes por trazer alguém à vida.

No entanto houve outro pormenor que me despertou a atenção, confesso que até mais do que o tema principal da reportagem. Entre os vários casais entrevistados, houve um, que retratou uma realidade que não queremos ver que ainda existe no nosso país. A mulher, depois do filho nascer, e agora já com 2 meses de vida, tinha de ficar em casa, sem trabalhar e logicamente sem rendimentos, para poder tratar da criança. O marido constitui assim a única fonte de rendimento do casal, melhor da família, rendimento esse que a mulher dizia ser pouco. O repórter aventou a hipótese de serem 100€, valor que o marido, timidamente, corrigiu para 50€. Não, não me enganei, foi de facto 50€ o valor mencionado. Um casal com um recém-nascido, a viver numa casa com poucas condições, no campo. uma criança exposta ao muito frio da região de Trás-os-Montes. “À noite temos de agasalhar o bebé” – dizia a mãe num tom da maior simplicidade, como quem diz “É assim a vida!”. Ela de manhã trata dos animais e da horta, enquanto cuida também do filho. Ele, sai para trabalhar no campo, isto quando consegue ter trabalho para fora. Tudo isto descrito numa linguagem simples, com um tom e pronúncia que já não ouvimos com frequência. Descrito por uma jovem mãe, talvez mesmo muito jovem, mas que sabe bem, mesmo muito bem o que são dificuldades.

No meio disto tudo ocorre-me que se calhar, as minhas supostas dificuldades de vida, não são nada, comparadas com o que não queremos pensar que existe mesmo ao nosso lado.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

life resume - I


Nasci em Nicósia, Chipre, no ano de 1976. Sou filho de pai Inglês e mãe Portuguesa. Quando nasci os meus pais viviam no Chipre, o meu pai era Engenheiro Mecânico na base militar Inglesa de Dhekelia, e a minha mãe, que era hospedeira da Tap quando se conheceram em Londres, trabalhava como Assistente da directora de um colégio Inglês de amigos do meu pai. Viviam no Chipre desde 1973, tendo-se separado em 1979, quando eu tinha 3 anos, e vim para Portugal com a minha mãe. O meu pai continuou a viver em Dhekelia até 2000, sendo que vive agora em Oxford, perto de Londres. A minha mãe vive no Brasil, em Pipa, com os meus avós desde 2005, ano em que se pediu reforma antecipada. Eu, actualmente vivo sozinho num apartamento em Paço de Arcos. Formei-me em Engenharia Civil e trabalho numa empresa de Construção Civil, em Lisboa.