Há uns dias a TSF emitiu uma reportagem radiofónica, que diga-se achei excelente, intitulada “Bebés Tinoni”. A reportagem foi sobre o fecho de algumas maternidades no nosso país, e as consequências sentidas em meios menos urbanos. Passaram vários relatos sobre partos realizados a caminho do hospital mais próximo, que agora é longe. Lógico que agora temos, em Portugal, cada vez mais bebés nascidos numa ambulância, por vezes na beira de uma qualquer estrada nacional, ou já dentro de uma auto-estrada. Partos assistidos por bombeiros ou por médicos do INEM, que nestes casos se tornam heróis, felizes por trazer alguém à vida.
No entanto houve outro pormenor que me despertou a atenção, confesso que até mais do que o tema principal da reportagem. Entre os vários casais entrevistados, houve um, que retratou uma realidade que não queremos ver que ainda existe no nosso país. A mulher, depois do filho nascer, e agora já com 2 meses de vida, tinha de ficar em casa, sem trabalhar e logicamente sem rendimentos, para poder tratar da criança. O marido constitui assim a única fonte de rendimento do casal, melhor da família, rendimento esse que a mulher dizia ser pouco. O repórter aventou a hipótese de serem 100€, valor que o marido, timidamente, corrigiu para 50€. Não, não me enganei, foi de facto 50€ o valor mencionado. Um casal com um recém-nascido, a viver numa casa com poucas condições, no campo. uma criança exposta ao muito frio da região de Trás-os-Montes. “À noite temos de agasalhar o bebé” – dizia a mãe num tom da maior simplicidade, como quem diz “É assim a vida!”. Ela de manhã trata dos animais e da horta, enquanto cuida também do filho. Ele, sai para trabalhar no campo, isto quando consegue ter trabalho para fora. Tudo isto descrito numa linguagem simples, com um tom e pronúncia que já não ouvimos com frequência. Descrito por uma jovem mãe, talvez mesmo muito jovem, mas que sabe bem, mesmo muito bem o que são dificuldades.
No meio disto tudo ocorre-me que se calhar, as minhas supostas dificuldades de vida, não são nada, comparadas com o que não queremos pensar que existe mesmo ao nosso lado.
No entanto houve outro pormenor que me despertou a atenção, confesso que até mais do que o tema principal da reportagem. Entre os vários casais entrevistados, houve um, que retratou uma realidade que não queremos ver que ainda existe no nosso país. A mulher, depois do filho nascer, e agora já com 2 meses de vida, tinha de ficar em casa, sem trabalhar e logicamente sem rendimentos, para poder tratar da criança. O marido constitui assim a única fonte de rendimento do casal, melhor da família, rendimento esse que a mulher dizia ser pouco. O repórter aventou a hipótese de serem 100€, valor que o marido, timidamente, corrigiu para 50€. Não, não me enganei, foi de facto 50€ o valor mencionado. Um casal com um recém-nascido, a viver numa casa com poucas condições, no campo. uma criança exposta ao muito frio da região de Trás-os-Montes. “À noite temos de agasalhar o bebé” – dizia a mãe num tom da maior simplicidade, como quem diz “É assim a vida!”. Ela de manhã trata dos animais e da horta, enquanto cuida também do filho. Ele, sai para trabalhar no campo, isto quando consegue ter trabalho para fora. Tudo isto descrito numa linguagem simples, com um tom e pronúncia que já não ouvimos com frequência. Descrito por uma jovem mãe, talvez mesmo muito jovem, mas que sabe bem, mesmo muito bem o que são dificuldades.
No meio disto tudo ocorre-me que se calhar, as minhas supostas dificuldades de vida, não são nada, comparadas com o que não queremos pensar que existe mesmo ao nosso lado.